Economia
27/03/2014Custo de vida paulistano dispara em fevereiro
Elevação de preços nos grupos de alimentos e bebidas, de saúde e de educação foi o que mais pressionou para a inflação de 1,05%

Produtos e serviços comercializados na Grande São Paulo ficaram, em média, 1,05% mais caros em fevereiro, segundo a pesquisa Custo de Vida por Classe Social (CVCS), da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). Trata-se da maior variação registrada para um mês em toda a série histórica, iniciada a partir de dezembro de 2010. Sobre o resultado de janeiro, cujo aumento de preços ao consumidor foi de 0,52%, a inflação mensal mais que duplicou. Também foi significativamente maior que a elevação apurada em fevereiro de 2013, com taxa de 0,63%. Em 12 meses, o CVCS acumulou uma alta de 5,82%.
Gastos maiores com saúde, com alimentos e bebidas e com educação, que tiveram preços expandidos em 0,87%, 1,36% e 6,79%, respectivamente, foram os maiores responsáveis pela escalada inflacionária em fevereiro. Somados, esses três segmentos representam pouco mais de dois quintos do total do indicador. Entre os grupos que o compõem, apenas o de vestuário teve deflação, com redução de 0,24%. O grupo comunicação ficou estável. Mesmo abaixo da média, todos os demais tiveram aumento de preços: despesas pessoais (0,29%), transporte (0,44%), habitação (0,58%) e artigos do lar (0,74%).
O aumento do CVCS em fevereiro foi maior para os estratos socioeconômicos de renda mais elevada. Enquanto a classe A suportou uma inflação de 1,18% e a classe B foi impactada por uma taxa de 1,37%, os preços subiram um pouco abaixo da média geral para os integrantes da classe C, com 1% de variação. Em relação às classes D e E, o custo de vida avançou 0,66% e 0,6%, respectivamente.
IPV
O Índice de Preços do Varejo (IPV), um dos subindicadores do CVCS, cresceu 0,71% em fevereiro, seguindo tendência de desaceleração apurada em janeiro, quando havia subido 0,87% diante de 0,9% de dezembro. Foi inferior também ao porcentual registrado em fevereiro de 2013, de 0,85%. No acumulado de 12 meses, o IPV atingiu variação de 5,57%. De acordo com a área econômica da FecomercioSP, ainda é prematuro afirmar que o comportamento de baixa será mantido nos próximos meses, ainda que alguns produtos alimentícios, que costumam ser os principais responsáveis pela elevação de preços no varejo - devido à significativa participação no índice -, comecem a ter suas cotações arrefecidas.
Os grupos que representam, juntos, mais da metade da composição do IPV foram também os de maiores taxas no mês: alimentação e bebidas, com 0,98%, e transportes, com 0,92%. Despesas pessoais, com deflação de 0,15%, e vestuário, com recuo de preços em 0,24%, contribuíram para a contenção de um aumento maior do subindicador. As variações nos outros segmentos foram: 0,12% (habitação), 0,42% (educação), 0,73% (artigos de residência) e 1,17% (saúde e cuidados pessoais).
IPS
A pressão inflacionária em fevereiro foi mais intensa sobre os serviços do que sobre os produtos. O Índice de Preços de Serviços (IPS), que também compõe o CVCS, avançou 1,4% em fevereiro, mais de nove vezes o verificado no mês anterior, com taxa de 0,15%, e bem acima de 0,39% de crescimento apurado em fevereiro do ano passado. Para o período de 12 meses, esse subindicador acumulou alta de 6,09%.
O aumento dos preços do grupo educação, em 7,26% no mês, pressionou fortemente o IPS de fevereiro. A segunda maior alta, que também contribuiu bastante para o resultado, foi no segmento de alimentação e bebidas, com 1,91%. Houve deflação de 0,41% em transportes e os preços no grupo comunicação não se alteraram. Os demais segmentos apresentaram as seguintes taxas de inflação: 0,48% (saúde e cuidados pessoais), 0,51% (despesas pessoais), 0,72% (habitação) e 0,85% (artigos de residência).
Perspectivas
Na avaliação da FecomercioSP, por mais que os produtos tenham registrado um leve arrefecimento em seus preços médios, deve-se ponderar que tal situação pode não se repetir nos próximos meses, sobretudo em abril, quando o reajuste anual de medicamentos chega às farmácias, o que pressionará a inflação do grupo saúde e cuidados pessoais. Também são esperados impactos de eventuais aumentos de tarifas de energia elétrica no grupo habitação. Ainda há o problema da estiagem nas lavouras que manterão elevados até o fim do primeiro trimestre os preços de alimentos.
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