Economia
14/02/2025Embora relativamente baixo, aumento do IPCA não reflete boas notícias e não autoriza uma folga na luta contra a inflação
Alta de 0,16% no índice, a menor para um mês de janeiro desde a implantação do Plano Real, se deve a um crédito de energia incorporado apenas pontualmente à conta dos consumidores

Em janeiro de 2025, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) teve alta de 0,16%, a menor taxa para um mês de janeiro desde a implantação do Plano Real, conforme mostraram os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados na última terça-feira (11). Na visão da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), no entanto, a boa notícia se restringe à aparência.
O grande responsável pela queda foi o Bônus Itaipu, que é um crédito especial incorporado na conta de energia elétrica dos brasileiros, mas é pontual e deve se dissipar. Para se ter uma ideia do efeito desse bônus, apenas o subitem Energia Elétrica Residencial teve influência negativa de 0,55% no IPCA, ou seja, se os preços de energia permanecessem constantes, o aumento do índice teria sido de 0,71%.
O grupo Alimentação e Bebidas registrou alta de 0,96% em janeiro, o que equivale a 0,21 ponto porcentual (p.p.) no total do índice. Dentro deste, o subitem Alimentação no Domicílio subiu 1,07%, o que afeta diretamente as camadas mais pobres. Já a Alimentação Fora do Domicílio, que havia correspondido a 1,19% p.p. em dezembro, passou para 0,67% em janeiro.
A alta dos Transportes foi de 1,3%, influenciada pelo aumento nos preços das passagens aéreas, que foi de 10,42%, e do ônibus urbano, com acréscimo de 3,84%. Sozinho, esse item corresponde a 0,26 p.p. do índice total. O índice de Serviços fechou janeiro com alta de 0,78%, maior que o 0,66% de dezembro, demonstrando que a economia continua sobreaquecida.
O IPCA acumulado em 12 meses ficou em 4,56%, o que mostra uma desaceleração em relação ao mês de dezembro de 2024, quando a taxa foi de 0,52%. Em janeiro de 2024, o índice havia sido de 0,42%. A leitura da FecomercioSP é que, em geral, ainda há a persistência dos núcleos de inflação, que excluem preços voláteis, o que indica que as bases da inflação continuam muito sólidas.
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