O número de famílias paulistanas endividadas caiu 7% em fevereiro, na base mensal, para 1,825 milhão, após alta de 3,5% registrada em janeiro. Na base mensal, houve relativa estabilidade, diante do 1,826 milhão de famílias com algum tipo de dívida em fevereiro. Os dados são da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), realizada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo. 

A pesquisa mostrou que 50,9% dos domicílios da capital paulista estavam endividadas, mesmo percentual de um ano antes e o mais baixo dos últimos 12 levantamentos, que tiveram picos de 57,1% em março e abril. Em termos proporcionais, as famílias de menor renda apresentaram o maior nível de endividamento em fevereiro, de 55,4%, enquanto 37,7% das famílias com renda acima de dez salários mínimos tinham algum tipo de dívida.

Entre os endividados, 37,1% afirmaram ter prazo médio de comprometimento de renda por mais de um ano, enquanto 4,1% não quiseram responder à pergunta. Dos demais, 21,3% disseram ter renda comprometida entre três e seis meses, 19,9% em até três meses e 17,6% entre seis meses e um ano.

O cartão de crédito segue como principal tipo de dívida, para 69,1% das famílias endividadas, seguido por 18,7% em financiamento de automóveis, 16,2% em carnês de lojas, 13,1% em financiamento de imóvel residencial, 11% em crédito pessoal, 7,8% em cheque especial e 4,2% em crédito consignado. Para a FecomercioSP, o alto nível de uso do cartão de crédito se deve à expansão do consumo das classes C, D e E nos últimos anos.

Atrasos

O número de famílias com contas em atrasos recuou 2,5% entre janeiro e fevereiro para 530 mil. Entre elas, 44,5% possuíam contas vencidas há pelo menos 90 dias; 19,2% entre 30 e 90 dias; e 33,8% por até 30 dias. As demais, 2,5%, não informaram o tempo de dívidas vencidas.

No período, houve queda de 24,6% na quantidade de famílias que disseram não acreditar na capacidade de quitar total ou parcialmente as contas no próximo mês, atingindo 126 mil em fevereiro, menor patamar desde janeiro de 2012, quando 113 mil estavam nessa condição.

Para coletar os dados da PEIC, são entrevistados aproximadamente 2,2 mil consumidores na capital paulista.