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Negócios

Incertezas causadas por Trump explodem preço do ouro, encarecem joias e ajudam a inflacionar Dia dos Namorados deste ano

Item puxou alta de 4,79% na cesta de produtos mais consumidos na data; em São Paulo, vendas de segmentos sensíveis vão subir 4,8%

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Incertezas causadas por Trump explodem preço do ouro, encarecem joias e ajudam a inflacionar Dia dos Namorados deste ano
A FecomercioSP espera que o segmento mais afetado pela alta das vendas seja o de vestuário, acessórios e calçados (Arte: TUTU)

O Dia dos Namorados de 2025 será mais caro para os casais que vão trocar presentes. Com base na cesta de 30 produtos tradicionalmente procurados para a data, todos selecionados pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) a partir de dados do IBGE, nota-se uma elevação de 4,79% nos preços desses itens no Brasil — uma expansão relevante na comparação com o Dia dos Namorados do ano passado, quando a cesta subiu 1,92%.

Apesar do número alto, ainda está abaixo da inflação média brasileira, que, no acumulado dos últimos 12 meses, chegou a 5,4%, segundo o IBGE. Isso significa que a cesta para a data está mais cara do que em 2024, mas abaixo do avanço médio de preços de produtos e serviços no País.

Se há um conjunto de itens que encareceram ao longo desse processo, as joias dispararam, alcançando uma elevação de 33,66% em um ano. Isso se explica pela alta do preço do ouro no mercado internacional, que, por sua vez, ficou ainda mais caro por causa das grandes incertezas mundiais em meio às medidas tarifárias adotadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. 

A tendência já era de alta e se intensificou a partir do anúncio ocorrido no início de abril, por Trump, de um conjunto de tarifas sobre importações de diferentes países. O ouro, vale lembrar, serve como lastro da emissão de dólares, moeda que circula no jogo global de trocas. No Brasil, para se ter uma ideia, ele subiu pouco mais de 50% em um ano, custando até R$ 600 por grama. 

Além do ouro, há um conjunto de presentes que também inflacionaram de 2024 para cá em um ritmo maior do que o último Dia dos Namorados [tabela 1]. Os perfumes, por exemplo, cresceram 8,32% — sendo que, no ano passado, tinham ficado “apenas” 3,83% mais caros. Produtos para a barba também encareceram, aumentando 6,29%, em 2025, após os preços expandirem 3,88%. 

Nesses casos, a explicação está no câmbio. Como são itens, em grande parte, importados, ficam mais sujeitos à variação do dólar ante o real. Na comparação com o ano passado, a moeda subiu, impactando o custo das importações no País. 

Por outro lado, alguns presentes que tinham ficado mais pesados em 2024 — como os livros (12,81%) — desaceleraram. Nesse caso, os preços subiram “somente” 5,47%. Isso aconteceu também com as saias, os tênis e as calças femininas, entre outros.

As altas de 2025 não dizem respeito, exclusivamente, ao Dia dos Namorados. O Dia das Mães deste ano experimentou algo parecido, inclusive. Na verdade, essa expansão é mais consequência de uma série de fatores econômicos, que passam tanto por medidas internas quanto por mudanças na conjuntura mundial (no caso da inflação das joias).  

Para o consumidor, a dica é fazer pesquisas sobre os produtos que pretende comprar para presentear com antecedência. Como esses itens têm grande circulação pelo varejo, não é incomum que um mesmo presente seja encontrado em promoção em um lugar e com um valor mais alto em outro.

Vendas do varejo paulista vão crescer

No caso de São Paulo, o Dia dos Namorados será positivo para o varejo — especialmente para segmentos mais sensíveis à data, como lojas de roupas e acessórios, farmácias perfumarias, além dos itens eletroeletrônicos. Números da FecomercioSP mostram que essas vendas vão crescer 4,8% neste mês por causa da busca por presentes para casais.

Em contrapartida, o número representa uma desaceleração em comparação com o Dia das Mães — quando o varejo paulista subiu as receitas em 7,4%. Considerando que o Dia dos Namorados seja uma das três datas mais relevantes da sazonalidade do varejo brasileiro, esse número é um indicador significativo do contexto atual.

Na análise da Federação, isso acontece por uma série de fatores econômicos, como a inflação no setor de Serviços, que têm corroído parte da renda das famílias destinada ao consumo, e os juros altos, que afetam o crédito a médio e longo prazos.

A FecomercioSP espera que o segmento mais afetado pela alta das vendas seja o de vestuário, acessórios e calçados, que crescerá 9,3%, com receitas brutas de quase R$ 10,3 bilhões no mês. Para além do aumento na procura por roupas — bastante comum —, há ainda a base fraca de comparação estatística do ano passado, quando o segmento não apresentou um bom desempenho.

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