Economia
25/03/2014Mercado de trabalho formal tem o pior início de ano desde 2008
Número de empregados do comércio na região metropolitana de São Paulo, apesar do fechamento de vagas, manteve-se acima de 1 milhão

Mesmo com a redução de 12.716 vagas em janeiro, o mercado de trabalho formal do comércio na Grande São Paulo não regrediu à casa dos milhares e iniciou 2014 com 1.007.520 empregados registrados. O número foi 0,8% maior que o apurado em janeiro de 2013, quando havia um total de 999.058 funcionários celetistas. Em relação a dezembro (1.020.236), porém, constatou-se uma redução de 1,2%. Os números são da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), com base nas informações do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
O saldo negativo de janeiro, resultado da diferença entre postos de trabalho abertos e fechados no mês, foi devido à contratação de 42.340 pessoas, inferior à demissão de 55.056 trabalhadores. Trata-se da maior baixa de vagas para o mês desde 2008, cujo saldo foi de -1.226 postos. Nos anos seguintes, também foram constatados saldos negativos, com recuos de 5.643 em 2009; de 948 em 2010; de 4.612 em 2011; de 6.552 em 2012; e de 8.049 em 2013.
Para a assessoria econômica da Entidade, o arrefecimento visto nas contratações de funcionários formais no comércio varejista nos últimos meses revela que os empresários estão cautelosos em realizar investimentos ou até mesmo em aumentar seu quadro de funcionários, uma vez que o cenário geral da economia não está favorável para que isso ocorra. Além do baixo crescimento econômico, a inflação mostra sinais de alta persistente. Tudo isso, associado ao aumento das taxas de juros, impacta no nível de consumo das famílias, mantendo a confiança do consumidor e do empresário em queda.
Os segmentos que mais contribuíram para o quadro ruim de janeiro de 2014 foram os de supermercados e de lojas de vestuário, tecidos e calçados, com diferenças entre admitidos e desligados apuradas em -4.528 vagas e -5.587 postos, respectivamente. São esses mesmos segmentos, inclusive, os de mais elevados contingentes de mão de obra do comércio e tradicionalmente com maior rotatividade.
Ainda de acordo com a assessoria econômica, a redução do nível de emprego verificada no primeiro mês do ano reflete um cenário de menor confiança por parte dos empresários do comércio, especialmente quanto às estimativas de melhoria de seus negócios para as vendas durante o ano. Há, no entanto, a possibilidade de que aconteça algum tipo de incremento na contratação formal de mão de obra nos próximos meses, devido à Copa do Mundo e às eleições.
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